Me dá, me dá um dinheiro aí
Eu vou sambar na minha Imperatriz
É carnaval, meu amor, vem se acabar
Eu sou de Ramos, quero festejar!
Dinheiro, ilusão de poder
É a luz, solução pro mundo inteiro
Fartura, vaidade, ambição
Que foge a razão
O bem e o mal
Tem história de justiça
E ganância do poder
A mão que tirava do nobre
Levava ao pobre dignidade
E a mão que dourava, de abençoada
Seu toque virou maldição
Em duas faces nasceu de ouro e prata
Fez o comércio expandir
Valorizando o papel
Por mares chega em terras tropicais
O escambo vira câmbio oficial
Um troca troca geral, o branco ao índio iludiu
Levaram pau-Brasil por bugiganga
O braço forte africano
Em navio negreiro aportou
No cais do Valongo, mercadoria virou
Dinheiro é vendaval que o vento leva
Quem pensa no amanhã não vive sem
Num sonho apostar, no jogo da vida
No talento, vai na fé
É tão triste ver muitos sem ter onde morar
Meu Deus quanta desigualdade
Nesse abismo social
Avança no tempo, agora é futuro
Digitalizada, moeda virtual
Sambando no espaço, visto a fantasia
Transporto alegria pra outra dimensão